Pode parecer piegas,
mas eu me emociono com coisas que, para muitos, seriam banais.
Quando, no início da década
de 90, eu comecei a conviver com a Síndrome do Pânico (que agora parece que
virou um simples “transtorno de pânico”), eu tinha crises de choros por
pequenas coisas: uma notícia triste no noticiário da TV; uma manifestação,
mesmo que singela, de carinho e amizade; um nascer ou se pôr do sol; até alguns
comerciais de produtos que nunca usei.
A Síndrome, depois de
anos de tratamento e cuidados, está sob controle há anos (mas eu fico experto
com ela...), mas a emoção jamais foi embora. Apenas ficou mais seletiva. Ainda
bem.
Uma coisa que me
emociona, apesar de achar que, nesses tempos de humanismo universal,
patriotismo não seja exatamente um sentimento assim tão louvável, é a Bandeira
Nacional do Brasil.
Não me pergunte o porquê,
mas ela me emociona. Apesar de nem concordar com o lema positivista de Auguste
Comte que nela está semiperpetuado (espero que um dia, pelo menos, o invertamos
para Progresso e Ordem). Tanto ela, quanto o hino que a homenageia: o Hino à
Bandeira Nacional.
Neste dia 19 de
novembro comemoramos mais um Dia da Bandeira e hoje, dia 18, quando eu estava
deixando minha mãe em seu trabalho pela manhã, ouvi a execução desse hino que
estava sendo ensaiado na sede do 2º Exército Brasileiro, ali no quartel do
Ibirapuera, aqui em são Paulo.
Chegando ao trabalho, a
melodia não me saiu da cabeça e resolvi escrever sobre isso.
Reencarnacionista que
sou, tenho convicção que nascer no Brasil não foi uma escolha aleatória. Muito
menos única. Não é a primeira e, espero, nem ser a última vez que vivo aqui. Amo
este país com todos os seus “senões”. Um amor pela nossa forma adulta de viver
a vida, sem aquelas rabugices de quem só vê os aspectos ruins de tudo e não
consegue viver o que há para viver.
Muitos perguntarão de
onde tirei essa “forma adulta”... E eu direi o seguinte: a vida é mais do que
apenas constatar as coisas que não vão bem. A vida é, sim, fazer essas constatações,
mas é, também, saber o tempo certo de agir sobre elas. Mas agir. Mas ainda é
mais do que isso. A vida é seguir adiante. Fazer acontecer. Dar um jeito em
tudo. Pois é... O “jeitinho brasileiro” tão criticado, para mim, desde que não
envolva falcatruas é lógico, é uma forma adulta de seguir adiante e esperar o
melhor momento de colocar as coisas em ordem...
Talvez esteja aí, acho
eu, a justificativa de preferir primeiro o Progresso à Ordem.
Enfim... Fato é que
adoro nossa Bandeira e o Hino a ela destinado.
Fica aqui minha
homenagem a este país tão plural...
Tão plural que aceita
até as manifestações daqueles que defendem o “calar a boca” de alguns quando não
concordam com eles.
Diria Voltaire que “Posso
não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte
o direito de você dizê-las”.
E durma-se com um
barulho desses!