Agora nós estamos
com 49 anos, mas nunca esqueci de você. Lembro de como você olhava as coisas à
sua volta e pensava que estava reconhecendo as coisas que, de verdade, eram
ainda muito estranhas.
Crescidos, como
agora estamos, é difícil sentir de novo aquela sensação de aconchego que o café
com leite da tarde trazia, antes ou depois da lição de casa. E olha que
continuo tomando muito leite em busca de ficar mais perto de você.
Sabe, agora nós temos
um filho como você. Curioso, alegre e, descobri esta semana, no encerramento de
ano da escola dele, de como ele é feliz!
Lembrei da gente, de
como a felicidade não era assim tão lavada e presente, de um jeito que ainda
não sei explicar, nem pra mim, o que diria pra você? Até nosso filho mais
velho, hoje com 25 anos, não deve ter vivido essa felicidade feliz do irmão
mais novo.
Não sei se existem
verdades verdadeiras no mundo, mas, se existem, eu ainda não captei a essência
de nós cinco: eu, você, nosso primeiro filho criança, nosso primeiro filho
adulto, nosso segundo filho, uma criança feliz!
Seja lá do jeito que
for, saiba que somos felizes, nós todos, em sua honra, em sua saudade, em sua
homenagem.
Silvinho, querido,
você cresceu mas nunca deixará de existir dentro de mim e dos nossos filhos.
Eu amo essa criança
que você é!
Sylvio
08/12/2012
Este texto é uma
carta minha (Sylvio, 49 anos) para eu mesmo, ainda criança, quando nem sabia
que meu nome se escrevia com “y”...
Essa carta foi
escrita durante a realização da vivência “Resgatando e Construindo
Relacionamentos”, da qual participei por convite especial de duas amigas pra lá
de especiais: Bianca Trombelli e Laura G. Martins, a quem agradeço, emocionado,
pela oportunidade que me deram de conversar com aquela criança que, de verdade,
nunca deixei de ser.
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