Pesquisar em "Ferino, Mas Doce!!!"

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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

"Ver emergir o monstro da lagoa"

Da série "Deixa eu ver se entendi":

Alguns artistas (ídolos meus inclusive) defendem o fim da liberdade de expressão em favor do direito à privacidade.

Até aí, tudo bem, cada um defende o que bem entende, faz parte da liberdade de expressão.

Mas, ao se equivocar, dizendo que o biógrafo e autor de "Roberto Carlos em detalhes", Paulo Cesar de Araújo, não lhe havia entrevistado para a obra, apesar de citá-lo como fonte, Chico Buarque de Hollanda não teria exercido o mesmo direito (garantido pela Constituição Federal) de "falar o que bem entende", mesmo que "equivocadamente"?

Na balança de Direitos e Deveres, o historiador não poderia requerer à Justiça algum tipo de compensação (civil e/ou pecuniária) do autor de "Cálice"?

Acredito que, em homenagem a tudo que Chico representa, Araújo prefere, democraticamente, aceitar as desculpas daquele que escreveu:

"Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada, prá a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa"

Gosto da Democracia por isso: nela, podemos até pregar uma Ditadura; mesmo que seja pequena e, em minha opinião, também equivocada.

Afinal, todos nos equivocamos.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Uma pequena história de amor e perdão

O perdão é uma ponte entre o passado e o futuro.

(Autor desconhecido, pelo menos por mim)

Conta-se que dois amigos, em uma jornada pela África, tiveram que atravessar um rio.

Um deles nadava bem e na travessia fez questão de ajudar seu companheiro, ficando ao seu lado o tempo inteiro.

Ao chegarem a outra margem o amigo agradecido escreveu sobre uma rocha;
“Hoje, neste rio, um homem arriscou sua vida para salvar seu amigo”.

Passado algum tempo, os dois companheiros se desentenderam e um feriu o outro.

No local da briga, o que se feriu escreveu na areia;

“Hoje, neste local, um homem feriu o amigo que um dia o salvou”.

É claro que o vento, as pessoas e a própria água da chuva, caindo sobre a areia, logo iriam apagar essas palavras.

Mas a lição permanece:

“Devemos escrever sobre a rocha, gravando pra sempre no coração o que de bom nos fazem na vida, e escrever na areia aquilo que precisa ser esquecido..”

E foi assim que o senhor ensinou o amor e o perdão.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

"Pamonhas me alegram"

"A expectativa de que haja uma fórmula para vida é a fonte de tantas das nossas decepções.
Que tal, de peito aberto... Aberto pro mundo...
Encarar o mundo como ele é?...
No seu ineditismo?
Na sua virgindade?
Na sua irrepetibilidade?...
E saber que, sem fórmula nenhuma, estamos aí.
Diante de um mundo extraordinariamente competente pra te entristecer.
Mas, aqui e ali, também capaz de te proporcionar grandes alegrias... Grandes surpresas...
Momentos que você nunca mais gostaria que acabasse.
São esses momentos que a gente persegue!
E que farão da vida uma coisa digníssima de ser buscada e fantástica de ser vivida!"



(Profº Clóvis de Barros Filho)


Poucas vezes me emocionei tanto ao ouvir alguém falar.
Emocione-se também: assista o vídeo abaixo.
Não há como se arrepender!

Entrevista-aula antológica do Professor Clóvis de Barros Filho no Programa do Jô - 32m47s de êxtase absoluta!

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Uma bicicleta, uma história e uma declaração de amor!

Hoje, ao ler um post da minha prima Silvia, no Facebook, sobre a volta dela aos pedais, viajei no tempo e fui atrás de um passado que nunca se apagou em minha vida.

Há 40 anos eu ganhava uma bicicleta igualzinha a esta da foto: uma Monareta 72 (ganhei mesmo, dos meus pais, com um ano de atraso... rsrs).




Ela marcou minha vida.

A partir dela me apaixonei pelo esporte.

Ainda hoje trago nas minhas pernas as consequências de praticamente seis anos sem saber o que era colocar os pés no chão (continuo, por incrível que pareça, com a musculatura daquela época, com um pouco mais de gordura, é claro. rs).

Não havia um único trajeto em minha vida, por mais curto ou longo que fosse, que eu não fizesse em cima dela.

Já entre 77 e 78, precisei fazer uma reforma completa na dita cuja, de tão sofrida que ela estava, e ela ficou vermelha, mantendo o banco verde. Uma homenagem, quem sabe, à terra de meus antepassados e de meus sobrinhos queridos, filhos do meu irmão Alexandre.

Quando a reforma dela ficou pronta, eu, ainda menino, lógico, não tinha dinheiro para buscá-la na bicicletaria (era esse o nome das oficinas de bike)...

Nessa época, eu morava com meus tios e segundos pais Roger e Isa...

Fiz um "plantão", meio que de forma "despercebida", na porta da casa que morávamos na Rua Baronesa da Bela Vista, no Campo Belo, em São Paulo, esperando meu tio, e padrinho, sair para o trabalho.

Disse um "tchau" meio que "desinteressado", quando ele passou para entrar no carro. Ele me deu um beijo e deu ré...

Pensei: "não será hoje que vou pegá-la...".

Mas, de dentro do carro, ele viu minha cara de "desesperança", deu uma risada e me chamou.

Mesmo sem dinheiro (eu sei que naquela hora ele não tinha), me deu um cheque que eu também sei que teria que correr atrás depois para cobri-lo fui lá pegá-la de volta, morrendo de felicidade.

Não sei se você lembra disso tio, mas foi uma das maiores provas de amor que recebi da vida.

Nunca esqueci e nunca vou esquecer. Eu amo vocês, tio e tia, com muita saudade dos dois. Um aqui por perto que não vejo e outra já na Espiritualidade, preparando nossa chegada por la!



Clique no vídeo acima e dê uma voltinha comigo, querido leitor!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Chitãozinho e Xororó Sinfônico 40 anos completo parte 1

Não que você precise assistir o show inteiro...
Mas eu, se fosse você, investiria 1h03m07s da sua vida para assistir um espetáculo que está acima de gostos musicais, a não ser, é claro, que as diferenças sejam realmente insuperáveis para você.

O coração, na maioria das vezes, fala pelo cérebro, que, aliás, não fala nada sem o coração.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Carta à minha criança interior.

 Silvinho,


Agora nós estamos com 49 anos, mas nunca esqueci de você. Lembro de como você olhava as coisas à sua volta e pensava que estava reconhecendo as coisas que, de verdade, eram ainda muito estranhas.

Crescidos, como agora estamos, é difícil sentir de novo aquela sensação de aconchego que o café com leite da tarde trazia, antes ou depois da lição de casa. E olha que continuo tomando muito leite em busca de ficar mais perto de você.

Sabe, agora nós temos um filho como você. Curioso, alegre e, descobri esta semana, no encerramento de ano da escola dele, de como ele é feliz!

Lembrei da gente, de como a felicidade não era assim tão lavada e presente, de um jeito que ainda não sei explicar, nem pra mim, o que diria pra você? Até nosso filho mais velho, hoje com 25 anos, não deve ter vivido essa felicidade feliz do irmão mais novo.

Não sei se existem verdades verdadeiras no mundo, mas, se existem, eu ainda não captei a essência de nós cinco: eu, você, nosso primeiro filho criança, nosso primeiro filho adulto, nosso segundo filho, uma criança feliz!

Seja lá do jeito que for, saiba que somos felizes, nós todos, em sua honra, em sua saudade, em sua homenagem.

Silvinho, querido, você cresceu mas nunca deixará de existir dentro de mim e dos nossos filhos.

Eu amo essa criança que você é!

Sylvio
08/12/2012

Este texto é uma carta minha (Sylvio, 49 anos) para eu mesmo, ainda criança, quando nem sabia que meu nome se escrevia com “y”...

Essa carta foi escrita durante a realização da vivência “Resgatando e Construindo Relacionamentos”, da qual participei por convite especial de duas amigas pra lá de especiais: Bianca Trombelli e Laura G. Martins, a quem agradeço, emocionado, pela oportunidade que me deram de conversar com aquela criança que, de verdade, nunca deixei de ser.