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sexta-feira, 25 de julho de 2025

Entre o nome e o silêncio: o paradoxo argumentativo de Milly Lacombe

Entre o nome e o silêncio: o paradoxo argumentativo de Milly Lacombe

Por Sylvio Montenegro


Quando o nome carrega um crime

Nos textos “Me chame pelo seu nome” e “Vai ser impossível escutar as narrações dos jogos do Santos”, a jornalista Milly Lacombe levanta uma questão complexa e poderosa: qual é o custo simbólico de manter viva — nas camisas, nas narrações e no imaginário esportivo — a lembrança de Robinho, ex-jogador condenado por estupro?

Para Lacombe, o simples fato de o filho carregar o nome “Robinho Jr.” já sinaliza um apagamento progressivo do crime. Um gesto que, ainda que involuntário, acaba por transformar o agressor em símbolo familiar, esportivo, comercial — e, em certos círculos, quase heróico. Ela questiona: a quem interessa esse apagamento?


A força do argumento: ética, emoção e coerência

Milly constrói sua crítica com base em três pilares:

  • Apelo ético: responsabiliza clubes, imprensa e torcedores por perpetuarem imagens de ídolos sem contextualizar seus crimes.

  • Apelo emocional: usa linguagem direta e sensível ao trauma das vítimas — “A imagem dele é a imagem de nossos abusadores.”

  • Apelo à coerência: denuncia a indignação seletiva daqueles que gritam contra o “cancelamento do filho”, mas silenciam diante da violência sofrida por uma mulher.

Trata-se de uma argumentação poderosa, que convoca o leitor à empatia, à responsabilidade coletiva e à memória ativa. Seu posicionamento não é sobre censura, mas sobre contextualização. Ela afirma: elogiar o jogador sem lembrar do crime é uma meia verdade que interessa apenas a quem deseja minimizar a violência.


A crítica ao “diversionismo”

Em sua argumentação, Lacombe acusa os críticos de praticarem diversionismo — um desvio estratégico do foco principal (a violência contra a mulher) para uma comoção paralela, centrada no “sofrimento do filho”. Para ela, isso é jogo baixo. É apagar o crime em nome da comodidade emocional. É blindar o agressor por meio de sentimentos deslocados.


O paradoxo: abrir o debate, mas restringir a escuta

Mas aqui surge um ponto importante. Ao classificar de imediato os argumentos contrários como diversionismo, Milly Lacombe corre o risco de incorrer em um paradoxo retórico.

Ela afirma estar abrindo um debate — sobre ética, memória e justiça —, mas delimita previamente os contornos do que pode ou não ser dito. Ao fazer isso, restringe o espaço do próprio debate que propõe. Ou seja, denuncia o silenciamento seletivo... mas também o pratica, ao deslegitimar parte da discordância como moralmente inválida.

É compreensível que o tema gere reações apaixonadas. A luta por justiça simbólica — especialmente quando envolve violência sexual — exige posicionamentos firmes. Mas quando se deseja dialogar com a sociedade, é preciso também deixar espaço para a complexidade, para as dúvidas, para os dilemas.


Conclusão: um debate que merece maturidade

A crítica de Milly Lacombe é necessária. Ela toca em feridas que o futebol, a mídia e a cultura ainda evitam encarar. Mas ao classificar como “jogo baixo” qualquer tentativa de discutir o uso do nome “Robinho Jr.”, ela arrisca transformar a denúncia em trincheira.

Afinal, se acreditamos, como ela mesma diz, que as pessoas podem mudar, também é preciso acreditar que os debates podem — e devem — ser abertos a escutas diversas. Sem isso, corremos o risco de repetir a lógica que criticamos: a de falar por cima do outro.


Vamos seguir debatendo, com firmeza, mas também com escuta. Porque só assim o nome das vítimas não será mais esquecido.

E para que não cometamos os erros alertados pela autora (esquecimento e apagamento), é sempre bom lembrar que Milly Lacombe é conhecida no meio jornalístico esportivo como aquela que acusou Rogério Ceni de falsificar uma assinatura e, confrontada na sequência por ele próprio, no mesmo programa, disse com todas as letras que não tinha dito o que acabara de falar. E disse também que não tinha provas do que "não dissera" porque apenas havia "ouvido falar" a respeito.

 


 

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

O sequestro da Bandeira do Brasil!!!

 


No dia da Bandeira, me lembro que a composição de Olavo Bilac e Francisco Braga sempre... Sempre me emociona... Num tempo em que boçais e imbecis pensam em sequestrar os símbolos nacionais para validarem seus pensamentos retrógrados que deixam claro o que realmente são, lembrei desse trecho do filme "Léo e Bia", de meu "irmão" (SQN) Oswaldo Montenegro:

"O povo é burro...

O povo é uma bosta... Feio... Fede... E é cafona...

Mas, às vezes, é lindo e me comove"

 


 


“Salve, lindo pendão da esperança!

Salve, símbolo augusto da paz!

Tua nobre presença à lembrança

A grandeza da Pátria nos traz

 

Recebe o afeto que se encerra

Em nosso peito juvenil

Querido símbolo da terra

Da amada terra do Brasil!

 

Em teu seio formoso retratas

Este céu de puríssimo azul

A verdura sem par destas matas

E o esplendor do Cruzeiro do Sul

 

Recebe o afeto que se encerra

Em nosso peito juvenil

Querido símbolo da terra

Da amada terra do Brasil!

 

Contemplando o teu vulto sagrado

Compreendemos o nosso dever

E o Brasil por seus filhos amado

Poderoso e feliz há de ser!

 

Recebe o afeto que se encerra

Em nosso peito juvenil

Querido símbolo da terra

Da amada terra do Brasil!

 

Sobre a imensa Nação Brasileira

Nos momentos de festa ou de dor

Paira sempre sagrada bandeira

Pavilhão da justiça e do amor!

 

Recebe o afeto que se encerra

Em nosso peito juvenil

Querido símbolo da terra

Da amada terra do Brasil!”

#bandeira

#bandeirasequestrada

#bandeiradobrasil

#bandeiradobrasilsequestrada

#leoebia

#oswaldomontenegro

#sylviomontenegro

#ferinomasdoce

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Meu filho, vou estar de olho atento


Parabéns meu filho.

Quando ouvi seu coração bater pela primeira vez, meu chão sumiu...

Então, aos 41 anos, eu nem imaginava em ser pai novamente.

Foi um susto, mas foi, com certeza, uma das melhores coisas que aconteceram em todas as minhas vidas.



Pedro, meu filho, ao completar seus primeiros 15 anos quero que saiba do orgulho que tenho de você. 

Um homem, aos 15 anos, íntegro, inteligente, sensível, ético, alegre, feliz e, acima de tudo, um ser humano bom, que alegra e acaricia a alma de quem o conhece. 

Outro dia te disse que minha vida começou a se definir nos meus quinze anos, em 1978. Não por acaso, com certeza, o ano que sua mãe nasceu. Ou seja. Um ano decisivo na sua vida!!! Rsrs.

Não quero apenas escrever, quero, ao escrever, sentir o tanto que te amo.

Você completa seus 15 anos num ano que marcará TODAS as vidas que por este ano passaram. 

Não vai demorar muito e você vai contar para seus filhos e netos o que aconteceu em 2020. 

Como você ficou sem ver seu pai por mais de cem dias para que ele não corresse risco de ficar pelo caminho. 

De como foi treinar basquete “via internet”. 



De como foi estrear numa nova escola e num novo clube sem estar presente aos dois. 

De como o país vivia sob a égide de um maluco, cercado por outros tantos. 

De como a Olimpíada de Tóquio 2020 seria disputada em 2021. 

De como ir a qualquer lugar era um “evento” perigoso e aventureiro... 

Enfim... 

Filho, meu compositor predileto, que não é nosso parente apesar do nome, diz, em “Por Brilho” (abaixo), que “As coisas se transformam e que isso não é bom nem mau, mas que onde quer que eu esteja, o nosso amor tem brilho e que vou ver o teu sinal”.

Assim como vejo os sinais de seus avôs, como a vovó Rosa que tanto te ama e o vovô Monte que deve ter um orgulho danado de você também.

Com olhos molhados, quero que saiba que eu te amo!!! Parabéns!